Exercitando o Português
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Mensagem  Geisa Qui Jul 28, 2011 1:56 pm

1. O anúncio luminoso de um edifício em frente, acendendo e apagando, dava banhos intermitentes de sangue na pele de seu braço repousado, e de sua face. Ela estava sentada junto à janela e havia luar; e nos intervalos desse banho vermelho ela era toda pálida e suave.
Na roda havia um homem muito inteligente que falava muito; havia seu marido, todo bovino; um pintor louro e nervoso; uma senhora recentemente desquitada, e eu. Para que recensear a roda que falava de política e de pintura? Ela não dava atenção a ninguém. Quieta, às vezes sorrindo quando alguém lhe dirigia a palavra, ela apenas mirava o próprio braço, atenta à mudança da cor. Senti que ela fruía nisso um prazer silencioso e longo. “Muito!”, disse quando alguém lhe perguntou se gostara de um certo quadro — e disse mais algumas palavras; mas mudou um pouco a posição do braço e continuou a se mirar, interessada em si mesma, com um ar sonhador.
Rubem Braga, “A mulher que ia navegar”.
O termo sublinhado no trecho “Senti que ela fruía nisso um prazer silencioso e longo” refere-se, no texto,

a) ao sorriso que ela dava quando lhe dirigiam a palavra.
b) ao prazer silencioso e longo que ela fruía ao sorrir.
c) à percepção do efeito das luzes do anúncio em seu braço.
d) à falta de atenção aos que se encontravam ali reunidos.
e) à alegria da roda de amigos que falavam de política e de pintura.


2. Sobre o primeiro momento do Modernismo no Brasil, é correto afirmar que:

A) O caráter regionalista dos romances deste período deve-se à reprodução fiel do linguajar típico de cada região.
B) As idéias da Semana de Arte Moderna foram assimiladas de imediato e receberam a adesão da população e da crítica.
C) Os assuntos relacionados à Europa foram o tema central deste período literário, demonstrando o repúdio ao nacionalismo pátrio.
D) A presença de Villa-Lobos numa apresentação da Semana de Arte Moderna demonstra a importância da cultura européia para os brasileiros da época.
E) A expressão das emoções, a realidade do país e os aspectos do dia-a-dia foram os temas preferenciais dos autores desse momento literário, bem como o rompimento com as fórmulas do passado.


3. Assinale com V (verdadeiro) ou F (falso) as afirmações abaixo, referentes aos períodos literários no Brasil.

( ) O Barroco brasileiro caracterizou-se pelo uso de antíteses e de uma literatura conturbada.
( ) A Semana de Arte Moderna foi um marco na Literatura brasileira e aconteceu no Rio de Janeiro, nos dias 18, 19 e 20 de fevereiro de 1922.
( ) Lima Barreto, Euclides da Cunha e Erico Veríssimo foram autores do Pré-Modernismo brasileiro.
( ) A redução dos personagens à condição de animais, o determinismo do meio e o cientificismo são características do Naturalismo brasileiro.

A seqüência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é

A) V – F – F – V
B) V – V – F – F
C) F – V – F – V
D) F – F – V – V
E) V – F – V – V



4. Entre as alternativas abaixo, aquela que apresenta somente características do Romantismo é

A) escapismo, subjetivismo, indianismo, idealização da mulher.
B) cientificismo, subjetivismo, escapismo, indianismo.
C) determinismo, objetivismo, indianismo, fuga da realidade.
D) subjetivismo, rigor formal, escapismo, cientificismo.
E) idealização da mulher, objetivismo, cientificismo, rigor formal


5. A Unidade Ortográfica
Velhíssima questão a da unidade ortográfica do português usado no Brasil e em Portugal. Que a prosódia seja diferente, é natural. Num país imenso como o nosso, há diversas formas de pronunciar as palavras, e o próprio vocabulário admite expressões regionais — o mesmo acontecendo com todas as línguas do mundo.
O diabo é a grafia, sobre a qual os portugueses não abrem mão de escrever “director”, por exemplo. Não é o mesmo caso de “facto” e “fato”, que têm significações diferentes e, com boa vontade, podemos compreender a insistência dos portugueses em se referir à roupa e ao acontecimento.
Arnaldo Niskier, quando presidente da Academia Brasileira de Letras, conseguiu acordo com a Academia de Ciências de Lisboa, assinaram-se tratados com a aprovação dos governos do Brasil e de Portugal. O acordo previa o consenso de todos os países lusófonos. Na época, somente os dois principais interessados estavam em condições de obter um projeto comum — mais tarde, Cabo Verde também toparia.
Numa das últimas sessões da ABL, Sérgio Paulo Rouanet, Alberto da Costa e Silva e Evanildo Bechara trouxeram o problema ao plenário — um dos temas recorrentes da instituição é a feitura definitiva do vocabulário a ser adotado por todos os países de expressão portuguesa. (...)
Cristão-novo nesta questão, acredito que não será para os meus dias a solução para a nossa unidade ortográfica.
(Carlos Heitor Cony. Folha de S.Paulo, 10.08.2004.)
A palavra recorrente, no penúltimo parágrafo do texto, tem o sentido de

A) requerer
B) socorrer
C) desentender-se
D) retornar
E) vencer


6. Em casa, brincava de missa, — um tanto às escondidas, porque minha mãe dizia que missa não era cousa de brincadeira. Arranjávamos um altar, Capitu e eu. Ela servia de sacristão, e alterávamos o ritual, no sentido de dividirmos a hóstia entre nós; a hóstia era sempre um doce. No tempo em que brincávamos assim, era muito comum ouvir à minha vizinha: “Hoje há missa?” Eu já sabia o que isto queria dizer, respondia afirmativamente, e ia pedir hóstia por outro nome. Voltava com ela, arranjávamos o altar, engrolávamos o latim e precipitávamos as cerimônias. Dominus non sum dignus …* Isto, que eu devia dizer três vezes, penso que só dizia uma, tal era a gulodice do padre e do sacristão. Não bebíamos vinho nem água; não tínhamos o primeiro, e a segunda viria tirar-nos o gosto do sacrifício.
(Machado de Assis, Dom Casmurro, Obra completa.)
*Trecho da fala do sacerdote, no momento da comunhão, que era proferida em latim, antes do Concílio Vaticano II. A fala inteira, que deve ser repetida três vezes, é: Dominus non sum dignus ut intres sub tectum meum, sed tantum dic verbum e sanabitur anima mea, cuja tradução é: Senhor, não sou digno de que entreis em minha morada, mas dizei uma só palavra e minha alma será salva.
Pedir hóstia por outro nome quer dizer:

A) tentar ganhar um beijo.
B) pedir em nome de Capitu.
C) mentir sobre a missa.
D) solicitá-la à vizinha.
E) pedir um doce.


7. O uso de pseudônimos tornou-se necessário em função do envolvimento político dos autores na luta pela libertação do Brasil do jugo da coroa portuguesa. O bucolismo e o pastoralismo também foram características deste período.

O texto acima refere-se ao

A) Romantismo.
B) Barroco.
C) Modernismo.
D) Arcadismo.
E) Realismo.


8. A Lei Federal n.º 11.097/2005 dispõe sobre a introdução do biodiesel na matriz energética brasileira e fixa em 5%, em volume, o percentual mínimo obrigatório a ser adicionado ao óleo diesel vendido ao consumidor. De acordo com essa lei, biocombustível é “derivado de biomassa renovável para uso em motores a combustão interna com ignição por compressão ou, conforme regulamento, para geração de outro tipo de energia, que possa substituir parcial ou totalmente combustíveis de origem fóssil”.

A introdução de biocombustíveis na matriz energética brasileira

A) colabora na redução dos efeitos da degradação ambiental global produzida pelo uso de combustíveis fósseis, como os derivados do petróleo.
B) provoca uma redução de 5% na quantidade de carbono emitido pelos veículos automotores e colabora no controle do desmatamento.
C) incentiva o setor econômico brasileiro a se adaptar ao uso de uma fonte de energia derivada de uma biomassa inesgotável.
D) aponta para pequena possibilidade de expansão do uso de biocombustíveis, fixado, por lei, em 5% do consumo de derivados do petróleo.
E) diversifica o uso de fontes alternativas de energia que reduzem os impactos da produção do etanol por meio da monocultura da cana-de-açúcar.


9. Os ingredientes que compõem uma gotícula de nuvem são o vapor de água e um núcleo de condensação de nuvens (NCN). Em torno desse núcleo, que consiste em uma minúscula partícula em suspensão no ar, o vapor de água se condensa, formando uma gotícula microscópica, que, devido a uma série de processos físicos, cresce até precipitar-se como chuva.

Na floresta Amazônica, a principal fonte natural de NCN é a própria vegetação. As chuvas de nuvens baixas, na estação chuvosa, devolvem os NCNs, aerossóis, à superfície, praticamente no mesmo lugar em que foram gerados pela floresta. As nuvens altas são carregadas por ventos mais intensos, de altitude, e viajam centenas de quilômetros de seu local de origem, exportando as partículas contidas no interior das gotas de chuva. Na Amazônia, cuja taxa de precipitação é uma das mais altas do mundo, o ciclo de evaporação e precipitação natural é altamente eficiente.

Com a chegada, em larga escala, dos seres humanos à Amazônia, ao longo dos últimos 30 anos, parte dos ciclos naturais está sendo alterada. As emissões de poluentes atmosféricos pelas queimadas, na época da seca, modificam as características físicas e químicas da atmosfera amazônica, provocando o seu aquecimento, com modificação do perfil natural da variação da temperatura com a altura, o que torna mais difícil a formação de nuvens.

Paulo Artaxo et al. O mecanismo da floresta para fazer chover. In: Scientific American Brasil, ano 1, n.º 11, abr./2003, p. 38-45 (com adaptações).

Na Amazônia, o ciclo hidrológico depende fundamentalmente

A) da produção de CO2 oriundo da respiração das árvores.
B) da evaporação, da transpiração e da liberação de aerossóis que atuam como NCNs.
C) das queimadas, que produzem gotículas microscópicas de água, as quais crescem até se precipitarem como chuva.
D) das nuvens de maior altitude, que trazem para a floresta NCNs produzidos a centenas de quilômetros de seu local de origem.
E) da intervenção humana, mediante ações que modificam as características físicas e químicas da atmosfera da região.


10. Usada para dar estabilidade aos navios, a água de lastro acarreta grave problema ambiental: ela introduz indevidamente, no país, espécies indesejáveis do ponto de vista ecológico e sanitário, a exemplo do mexilhão dourado, molusco originário da China. Trazido para o Brasil pelos navios mercantes, o mexilhão dourado foi encontrado na bacia Paraná-Paraguai em 1991. A disseminação desse molusco e a ausência de predadores para conter o crescimento da população de moluscos causaram vários problemas, como o que ocorreu na hidrelétrica de Itaipu, onde o mexilhão alterou a rotina de manutenção das turbinas, acarretando prejuízo de US$ 1 milhão por dia, devido à paralisação do sistema. Uma das estratégias utilizadas para diminuir o problema é acrescentar gás cloro à água, o que reduz em cerca de 50% a taxa de reprodução da espécie.

GTÁGUAS, MPF, 4.ª CCR, ano 1, n.º 2, maio/2007 (com adaptações).

De acordo com as informações acima, o despejo da água de lastro

A) é ambientalmente benéfico por contribuir para a seleção natural das espécies e, conseqüentemente, para a evolução delas.
B) trouxe da China um molusco, que passou a compor a flora aquática nativa do lago da hidrelétrica de Itaipu.
C) causou, na usina de Itaipu, por meio do microrganismo invasor, uma redução do suprimento de água para as turbinas.
D) introduziu uma espécie exógena na bacia Paraná- Paraguai, que se disseminou até ser controlada por seus predadores naturais.
E) motivou a utilização de um agente químico na água como uma das estratégias para diminuir a reprodução do mexilhão dourado.

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